‘Odeio pobre’: pastor que chamou Lula de ladrão é investigado por lavagem de dinheiro em SC

Igreja Renascer de Palhoça em Santa Catarina teria recebido R$ 4 milhões de origem duvidosa e Coaf aponta lavagem de dinheiro por meio de pirâmide financeira mas pastor diz que relatório é mentiroso

‘Odeio pobre’: pastor que chamou Lula de ladrão é investigado por lavagem de dinheiro em SC
‘Odeio pobre’: pastor que chamou Lula de ladrão é investigado por lavagem de dinheiro em SC (Foto: Reprodução)

O Pastor evangélico Davi Nicoletti virou alvo de investigação policial por suspeita de lavagem de dinheiro. A igreja Renascer, em que Nicoletti é fundador, teria recebido cerca de R$ 4 milhões de um grupo suspeito, em apenas um ano, entre 2018 e 2019.

A informação é do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Os dados apontados no relatório deram base para a polícia paulista instaurar um inquérito e a suspeita da investigação é de pirâmide financeira, envolvendo criptomoedas.

A investigação aponta que a suspeita é que a empresa MDX CAPITAL MINER, teria feito o repasse para uma das unidades da igreja Renascer, em Palhoça, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina.

Recentemente, o líder religioso disse que odiava pobre, durante uma pregação. O pastor evangélico também chamou o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ladrão. Davi Nicoletti e a esposa Cris Nicoletti já se envolveram em outra polêmica.

No campo trabalhista, o casal é acusado de negar auxílio médico a uma empregada em Foz do Iguaçu. A funcionária teria escorregado durante o expediente e sofrido uma lesão. Além disso, a ex-empregada não possuía registro profissional.

O salário da mulher também era abaixo do piso da categoria. Enquanto o valor previsto em lei é de R$ 2.057,59, o pastor evangélico que prega a prosperidade oferecia apenas R$ 1,5 mil. A carga horária da funcionária, que é paraguaia, também era de 14h, segundo a denúncia trabalhista.

Pastor é acusado de negar auxílio médico a ex-funcionária – Foto: Reprodução redes sociais

As informações dos dois casos foram levantadas pelo colunista, Tácio Lorran, no portal Metrópoles. Davi Nicoletti usou a internet para pedir desculpas sobre a pregação e negou que odeia pobres, mas que a fala teria sido tirada de contexto.

Ao colunista, o pastor negou qualquer irregularidade e que não há lavagem de dinheiro. Afirmou que o relatório do Conselho é mentiroso. Em relação a ex-funcionária, Davi disse que todos os direitos foram assegurados.

Pastor investigado por lavagem de dinheiro ostenta na internet

No perfil do pastor evangélico, é possível perceber que Davi Nicoletti tem hábito de ostentar o poder financeiro, com vídeos falando de prosperidade financeira, mostrando carros de luxo, moto de alto valor, casa de alto padrão e em uma das publicações, em que pergunta se pastor pode ser milionário, joga bolo de dinheiro no chão.

Nicoletti tem perfil na internet em que defende a prosperidade financeira e alinhamento político – Foto: Reprodução redes sociais

Nicoletti não esconde as preferências políticas. No perfil pessoal, tem fotos com lideranças políticas como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pastor também demonstra apreço por armas. Algumas publicações expõe os equipamentos.


Por Paulo Cesar da Luz/ND Mais

17/07/2025